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terça-feira, 8 de junho de 2010

Feliz Dia Mundial do Meio Ambiente!

Estou pra atualizar o blog há algumas semanas já, tive diversas idéias de matérias bacanas, mas o tempo acabava passando sem eu conseguir uma brechinha para escrever.


Sábado, dia 05 de junho, foi o *Dia Mundial do Meio Ambiente (todo dia deveria ser esse dia) e entre matérias e mais matérias sobre aquecimento global, vazamento de óleo no oceano, impactos ambientais negativos decorrentes da construção da usina de Belo Monte e, diversas outras que só me fazem ver o quanto estamos destruindo nossa casa, eu tive uma inspiração.


(4º Festival das Cerejeiras no Parque Estadual Alberto Löfgren, antigo Horto Florestal - SP).

Foto de Dario Sanches, São Paulo, SP


Hoje não quero falar sobre o quão inconseqüente estamos sendo, sobre o futuro sombrio que nos aguarda ou sobre todos os outros males do século XXI. Hoje eu vou dividir com vocês um pouquinho de quem eu sou, do que eu vejo, do que eu penso, de como me sinto privilegiada por viver.


Sabe aquela famosa frase, dita por ¹Hamlet: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”? Eu vejo nela todo sentido possível.


A natureza tem todo um conjunto de leis, somos privilegiados de estar no meio disso tudo. Penso que você não precisa ter uma religião para ser religioso, para religar-se com deus (destacando que pra mim deus não é aquele senhor da terceira idade, ligeiramente desocupado e que julga a todos impiedosamente. Deus é uma energia criadora, sem sexo, uma luz, uma fonte provedora, é o equilíbrio mágico que existe em todo o universo e que, a nossa ignorância faz com que ainda não possamos compreender).

Contemplar a natureza por si só já é contemplar uma manifestação divina, porque, digam o que disserem, não acredito ser possível que o acaso tenha criado tamanha beleza e perfeição.

A emoção existe e emocionar-se é sentir, algo que contradiz totalmente o ceticismo. No fundo, penso que todo mundo sente e, se houver alguém que não puder sentir, eu nem imagino o quão sem graça deva ser a existência.


Entre todas as maravilhas que a vida proporciona, a que mais me deixa feliz, sem maiores explicações ou muito esforço, é, sem dúvida, olhar o céu.

De todas minhas faculdades, a que mais me alegra ter é a visão. Esse sentido maravilhoso me possibilita enxergar música, aroma, sabor doce e uma infinidade de deliciosas sensações, com o olhar.


(Fonte: Divulgação Web)



No sábado último (o tal *Dia do Meio Ambiente) olhei para o céu e vi manchas coloridas por todo ele, fui chamar minha mãe pra dividir com ela esse momento e, quando voltei pra janela, o céu estava inteiro pintado de amarelo, o amarelo mais lindo que já vi na vida. As coisas ficaram todas sob essa luz cor de girassol... As pessoas, o poste da rua, as árvores, eu, minha mãe.

Foram apenas alguns minutos (ou segundos) e a noite chegou tomando conta do céu (que continuou lindo, cheio de estrelas, não tantas quanto eu gostaria de ver, em razão da poluição, mas muitas em comparação com o habitual para a cidade de São Paulo).


Me senti invadida por uma energia maravilhosa, por luz, por vida. Todos os ‘problemas’ que eu julgava ter desapareceram como que num passe de mágica (pareceu mesmo magia).



Guarujá - SP.

Fonte: Baixaki.



Mas tem outras coisas que também me alegram a alma.

Por exemplo, uns três anos antes de eu nascer meu pai me presenteou plantando quaresmeiras² na rua onde moro (tem duas bem em frente a janela do meu quarto). Constantemente recebo a visita dos meus amigos sagüis³, corujas e uma extensa variedade de pássaros.


Mas de todas as belezas que meus olhos já vivenciaram, uma me marcou em especial e eu vou dividir com vocês:


Há alguns anos alguém abandonou uma cadela (que posteriormente recebeu o nome de Raposa) aqui na rua, com vários filhotinhos (o que é uma coisa muito comum, infelizmente), certo dia estávamos limpando a casinha da família canina, que foi improvisada dentro de um estacionamento, quando começou a chover (era alto verão e com o calor intenso já era de se esperar) e não deu tempo de fugir, quando me dei conta todas estavam pingando, encharcadas (eu, minha mãe, minha irmã e a Raposa). Mas do mesmo jeito que foi intensa, foi rápida e em poucos minutos a chuva cessou.


Foi ai que se deu a cena mais linda que pude sentir (sim, sentir), graças ao calor do asfalto que fora brutalmente resfriado, a água do chão evaporava numa velocidade surpreendente, formava-se então uma espécie de neblina, de uns 30 cm de altura, por toda a rua. Não bastava isso, havia arco-íris por todo lado, em toda extensão do vapor.

As lágrimas vieram em seguida temperando o momento.


Ciclo da água.

Fonte: Site USP - Universidade de São Paulo.



Quando contei esse episódio para um colega, ele fez o famoso comentário, sobre como seria incrível se nossos olhos pudessem captar as imagens e reproduzi-las.

Realmente, se eu pudesse projetar o que vi para os olhos de outra pessoa, tenho a certeza de que, por mais triste que ela estivesse, ela sorriria (mesmo que intimamente).


Então, eu só posso desejar um FELIZ DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, a todos que possuem a sensibilidade necessária para vivenciá-lo, todos os dias.


Aproveitem cada segundo, cada brisa, cada gota d’água, cada raio de sol.

A vida vale muito a pena e hoje eu só quero pensar em tudo de bom que existe nesse mundo, em tudo de bom que (eu espero) o ser humano jamais poderá destruir.



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Notas de rodapé:


Dia Mundial do Meio Ambiente*: Comemorado todo dia 5 de junho, data recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente.


Hamlet¹: Tragédia de Willian Shakespeare (poeta e dramaturgo inglês), escrita entre 1599 e 1601.

Quaresmeira²: nome científico: Tibouchina granulosa. Popularmente também conhecida como cuipeúna, manacá-da-serra, flor-de-maio, flor-da-quaresma, jacatirão-de-capote e pau-de-flor. É uma árvore brasileira nativa da Mata Atlântica, principalmente da floresta ombrófila densa da encosta atlântica.


Sagüi³: pequeno macaco pertencente à família Callitrichidae.

4 comentários:

  1. Ameeei Rê, muito bom, Parabéns!

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  2. Faz tempo que recebo a indicação do blog por e-mail mas só agora vim conhecer.

    Valeu a pena ter vindo. adorei.

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  3. A Thais (minha amiga querida) enviou um e-mail com o Link do blog....e como sempre a ela acertou....foi muito bom ler este artigo do meio ambiente e definitivamente você Renata, tem o dom de mexer com os sentimentos das pessoas (pelo menos mexeu com o meu)...Sou uma amante da natureza e amei seu texto. Grande beijo e PARABÉNS ! Continue nos encantando com seus escritos.
    Denise Nunes

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