Sampa do maravilhoso e do horrível, do belo e do feio, do quente e do gelado, da riqueza e da pobreza, do acesso e da distância, da igualdade e da diferença.
Sampa diversidade: parabéns.
Minha cidade querida, a qual cuido, brigo, amo.
Hoje, um dia após seu 456º aniversário, completa-se 35 dias de chuvas diárias na capital.
Não vou falar dos estragos, prejuízos, dos desabrigados ou dos mortos em todo estado; isso está exposto mídia afora, para o triste conhecimento de todos.
O que me indigna é pensar que essa situação poderia ser evitada, ou pelo menos atenuada (se governo e população estivessem interessados de verdade).
Desejo pra você, minha cidade querida, que continue sendo sinônimo de trabalho, cultura, oportunidade, alegria, riqueza, informação, variedade, respeito. Mas principalmente, que mude o que deve ser mudado: que erradique a pobreza, a violência. Que a população respeite a cidade, seus habitantes e visitantes. Que as ruas se tornem limpas, permeáveis, verdes. Que nossa mata atlântica - tão castigada - possa enfim ser tratada com o carinho e a gratidão que merece. Desejo metrô (transporte metroplitano), muito metrô, muita ciclovia, muito ônibus (de preferência que funcione com energia renovável e que não seja poluente, muito edificio verde), painel de energia solar e tudo mais que fará dessa cidade, r-e-a-l-m-e-n-t-e, SUSTENTÁVEL.
Deixo agora pra vocês de presentinho a letra - muito bem escrita - de Caetano Veloso: 'Sampa'.
P.S: Estou pensando seriamente em comprar uma galocha...
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'Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa'
Muito bom texto.
ResponderExcluirParabens Sampa.
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